


Notório por sua análise dedutiva, William tenta elucidar o caso, mas durante a investigação, ocorrem outras mortes bizarras aumentando o mistério no mosteiro.

Jean-Jacques Annaud sentia-se atraído pelo projeto. Sua enorme fascinação por igrejas medievais e um grande conhecimento de latin e grego, convenceram Umberto Eco que ele seria o diretor ideal para a adaptação.

Entusiasmado, Annaud passou quatro anos preparando o filme. Neste período, viajou pela América e Europa em busca das melhores locações e do elenco perfeito.

Em início de carreira, Slater foi escalado após destacar-se entre um grande número de jovens aspirantes ao papel. Na cena sem diálogos em que Adso é seduzido pela jovem camponesa, Annaud não explicou a Slater como a atriz Valentina Vargas agiria para atingir a autenticidade máxima na caracterização do noviço.


A construção dos grandiosos cenários do monastério foi um dos maiores desafios lojísticos da produção. Perfeccionista, Annaud fez questão de montá-los em sua locação original, no alto de uma colina nos arredores de Roma. Este complexo trabalho de engenharia, gerou o maior cenário já construído na Europa desde a produção de
Cleópatra (1963).



O renomado cenógrafo Dante Ferretti, inspirou-se na obra
Labirinto Tri-Dimensional (desenhada pelo artista Giovanni Battista Piranesi em 1720) para criar o ambiente sombrio da biblioteca do monastério, que esconde livros e manuscritos iluministas proibidos pela igreja.








A história se passa no final do século IXX e narra a saga de um filhote de urso órfão, lutando para sobreviver nas montanhas selvagens do extremo oeste do Canadá. Em sua jornada, o pequeno urso encontra a amizade e a proteção de um grande urso cinzento, ferido e perseguido por caçadores.



Inteiramente rodado em locações nas Dolomitas (cadeia montanhosa dos alpes italianos), esta fábula encantadora tem pouquíssimos diálogos, uma vez que seu elenco é emcabeçado por dois ursos e apoiado por três personagens co-adjuvantes (um deles vivido pelo frances, Tchéky Karyo, que viria a alcançar a fama internacional anos mais tarde). Mesmo assim, Annaud emociona com uma narrativa visual que deixa o espectador livre para interpretar a história.






Annaud visitou a cidade de Ho Chi Minh pela primeira vez em 1989 para conhecer melhor o ambiente da história, mas ficou muito desapontado com o situação precária do país. Sem a infra-estrutura necessária, Annaud descartou a locação e partiu em busca de opções na Malásia, Tailândia e Filipinas, países frequêntemente usados para ambientar histórias passadas no Vietnam.
Um ano depois, Annaud concluíu que nenhum outro país poderia representar com fidelidade o clima do romance. Assim, seu filme tornou-se a primeira produção rodada no Vietnam desde a reunificação do país em 1975. Contudo, este fato tornou as filmagens muito problemáticas.


O governo vietnamita se fez presente durante toda a produção, exigindo que o material fosse examinado e aprovado oficialmente antes das filmagens, que sempre eram fiscalizadas por um de seus representantes.
Todo conteúdo sexual do filme teve que ser rodado em Paris devido à oposição do governo, atrasando o cronograma da produção e elevando seu custo à casa dos US$ 30 milhões.
O Amante foi exibido pela primeira vez no próprio Vietnam, sendo muito aplaudido. Em seguida, foi lançado na Europa. Dona dos direitos da distribuição nos Estados Unidos, a MGM enfrentou sérias dificuldades junto à MPAA (Motion Picture Association of America), que classificou o filme como NC-17 (proibído para menores de 17 anos). Após o corte de 3 minutos do original, estúdio e diretor retornaram à MPAA e conseguiram a classificação R (restricted - desaconselhável para menores de 17 anos).


Em 1995, Jean-Jacques Annaud dirigiu
Wings of Courage (
Les Ailes du Courage), o primeiro drama de ficção rodado integralmente em formato IMAX-3D.

O filme narra a história real do aviador Henri Guillaument (Craig Sheffer), pioneiro do correio aéreo que após sofrer um acidente nos Andes, é obrigado a atravessar a cordilheira a pé, caminhando por milhas de volta à civilização.

Escrita por Annaud e Alain Godard, esta produção Franco-Americana com 40 minutos de duração, custou US$ 20 milhões e foi rodada em locações no Canadá.
Wings of Courage é exibido apenas nas gigantescas salas de projeção do circuito IMAX, em 3D e som DTS 70 mm.
Sete Anos no Tibet (
Sept Ans au Tibet -
Seven Years in Tibet, 1997) foi baseado no livro homônimo do alpinista austríaco, Heinrich Harrer, sobre sua experiência no Tibet entre 1944 e 1951, cobrindo a Segunda Grande Guerra e a invasão do país pela China comunista.

A história acompanha a odisséia dos alpineses austríacos, Heinrich Harrer (Brad Pitt) e Peter Aufschnaiter (David Thewlis) a partir de 1939, quando são aprisionados pelas autoridades britânicas (agora em guerra com a Alemanha) durante uma escalada no norte da Índia.
Cinco anos depois, Heinrich e Peter conseguem escapar da prisão encarando um duro teste de resistência cruzando o inóspito território do Himalaia, até a fronteira do Tibet.


Em território tibetano, a dupla conquista a hospitalidade do povo, tornando-se os primeiros estrangeiros a serem recebidos na Cidade Sagrada de Lhasa, onde conhecem Pema Lhaki (Lhakpa Tsamchoe), uma habilidosa alfaiate que presenteia os estrangeiros com trajes elegantes.





Os anos passam, Peter e Pema Lhaki se apaixonam, a amizade do Dalai Lama fortalece Heinrich espiritualmente e a China comunista ameaça invadir o Tibet.


Sete Anos no Tibet não agradou a crítica e ainda teve que disputar a audiência com
Kundun, de Martin Scorsese, lançado dois meses depois também abordando a história do Tibet e a vida do Dalai Lama.
Diferente de
Kundun, o filme de Annaud tinha um grande astro em seu elenco. A pesar das críticas negativas sobre sua atuação, a presença de Brad Pitt impulsionou a carreira internacional do filme.



A maior parte das filmagens ocorreram na Argentina, mas após o lançamento, Annaud declarou que, em sigilo, duas equipes captaram imagens no Tibet que foram inseridas na versão final, causando a fúria do governo chines.
Como resultado, Jean-Jacques Annaud, Brad Pitt e David Thewlis (e também Scorsese) permanecem até hoje, proibidos de entrar na China.
Círculo de Fogo (
Stalingrad - Enemy at the Gates, 2001) teve como base o livro de William Craig,
Enemy at the Gates: The Battle for Stalingrad (1973), sobre a Batalha de Stalingrado (1942 / 1943), mas a ação é focada em apenas um dos eventos mencionados no livro: um duelo travado por dois atiradores de elite em meio as ruínas da cidade.





Para deter Vasily, os alemães convocam o major Erwin König (Ed Harris), seu mais condecorado atirador, e assim como Vasily, um símbolo de superioridade para o Terceiro Reich.

O elenco também conta com a participação de Rachel Weiz como Tania Chernova, o grande amor de Vasily, e Bob Hoskins como o general Nikita Khrushchev (líder do Partido Comunista Soviético entre 1953 e 1964).
Círculo de Fogo foi inteiramente rodado em locações na Alemanha. Annaud escolheu a cidade de Cottbus para rodar a dramática sequência da travessia do rio Volga, enquanto as impressionantes cenas da Batalha de Stalingrado e o duelo dos atiradores, foram filmados nos arredores de Berlin.


O estilo visual do filme segue a linha "documentário de guerra", criada por Steven Spielberg em
O Resgate do Soldado Ryan (
Saving Private Ryan, 1998) e também adotada por Ridley Scott em
Falcão Negro em Perigo (
Black Hawk Down, 2001), compôsto por imagens realistas de violência gráfica, captadas através de tomadas manuais.



O filme foi bastante criticado (tanto na Rússia como no ocidente) pelas liberdades tomadas no relato de fatos históricos. Tanto o enredo como os personagens, diferem bastante dos registros oficiais. Historiadores afirmam que Vasily realmente existiu, mas a história de seu duelo com o major König seria ficcional.



Mais uma vez, Annaud optou por uma história produzida nos mesmos moldes de
O Urso (16 anos antes), filmando em longínquas locações na Tailândia e Cambódia, onde trabalhou com mais de 30 tigres de zooloógicos da região, ou ainda, enviados da França. As filmagens excederam o prazo e o orçamento da produção chegou a 60 milhões de Euros.



A pesar de sua originalidade,
Sa Majesté Minor foi muito mal recebido pela crítica e totalmente ignorado pelo público. Principalmente, o frances.





