01/09/2008

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Bem-vindo ao Filmmakers! Se você gosta de cinema e de quem faz cinema, veio ao lugar certo. Aqui, você encontrará fatos e curiosidades sobre cinema e sobre quem faz cinema.

Além disso, outras seções de variedades com temas direcionados aos cinéfilos de carteirinha. Tudo isso apresentado numa linguagem gráfica visualmente trabalhada, como uma revista eletrônica, expôndo de forma criativa o universo desses gênios da sétima arte.


A filmografia revolucionária de mestres como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Steven Spielberg, Alfred Hitchcok, Stanley Kubrick, Ridley Scott, Sam Peckinpah, George Lucas, Oliver Stone, e Quentin Tarantino e muitos outros, encontra-se reunida aqui.

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MARTIN SCORSESE

Um dos mais significantes e influentes realizadores do cinema mundial, o cineasta, produtor e ocasionalmente ator Martin Marcantonio Luciano Scorsese, é uma unanimidade.




Em mais de 40 anos de carreira, foi várias vezes premiado - Globo de Ouro, BAFTA (British Academy of Film and Television Arts), Director's Guild of America, entre outros. Além desses, também é detentor do AFI (American Film Institute) Life Achievement Award, pelo conjunto de sua obra e suas contribuições para a indústria cinematográfica.

Scorsese também é um historiador de cinema, fundador da World Cinema Foundation, que tem como objetivo, restaurar e preservar obras históricas da sétima arte.


Em 2007, Martin Scorsese foi finalmente premiado com o Oscar de Melhor Direção por Os Infiltrados. Numa emocionante cerimônia, o prêmio lhe foi entregue pelos amigos Francis Ford Coppola, Steven Spielberg e George Lucas que, junto com Scorsese, fazem parte de um seleto grupo conhecido como "The 70's movie-brats".

Muitos consideram este prêmio como um "Lifetime Achievement Oscar" (conjunto da obra) pois, comparado a filmes como Taxi Driver ou Touro Indomável, Os Infiltrados não tem a mesma significância em sua filmografia.

Conhecido por suas duradoras parcerias com atores e equipe, Marty (como é chamado pelos amigos), tem com Robert De Niro, sua mais famosa parceria. Juntos, fizeram oito filmes, começando com Caminhos Perigosos (Mean Streets, 1973), passando por Touro Indomável (Raging Bull, 1980), e terminando (até agora) com Cassino (1995).

Gangues de Nova York (Gangs of New York, 2002), marcou o início da parceria entre Scorsese e Leonardo DiCaprio, seguido por O Aviador (The Aviator, 2004), Os Infiltrados (The Departed, 2006), e Ilha do Medo (Shutter Island, 2010). Existem planos de novos projetos com a dupla.


Em sua equipe, destacam-se frequentes parcerias com renomados profissionais como Thelma Schoonmaker, editora de todos os filmes de Scorsese e três vêzes premiada com o Oscar (Touro Indomável, O Aviador e Os Infiltrados).A partir de Taxi Driver, vários outros roteiros de Paul Schrader foram filmados por Scorsese, como Touro Indomável e Vivendo no Limite (Bringing Out The Dead).O diretor de fotografia Michael Ballhaus, participou de várias produções, entre elas, A Última Tentação de Cristo, Goodfellas e Os Infiltrados.Sandy Powell criou os figurinos de Gangues de Nova York e O Aviador, pelo qual foi premiada com um Oscar.Após trabalhar com renomados diretores como Pier Paolo Pasolini, Federico Fellini e Franco Zeffirelli, o diretor de arte Dante Ferretti participou de sete produções de Scorsese, sendo premiado com um Oscar por O Aviador.Robbie Robertson, ex-membro do grupo The Band, produziu várias trilhas-sonoras para Scorsese, mas Howard Shore e Elmer Bernstein foram os compositores de trilhas originais mais presentes de sua filmografia.Famoso pelas aberturas dos filmes de Alfred Hitchcock, Saul Bass (junto à sua esposa, Elaine) criou o design das aberturas de, entre outros, Goodfellas, Casino e Cabo do Medo.

Em 1988, Scorsese encomendou a Peter Gabriel a trilha-sonora original de A Última Tentação de Cristo (The Last Temptation of Christ). O álbum da trilha foi lançado com o título Passion: Music for The Last Temptation of Christ, tornando-se um dos grandes responsáveis pela popularização do gênero World Music.

No Direction Home (2005), é um documentário de longa-metragem sobre a vida de Bob Dylan abordando o impacto que sua música causou na cultura pop americana e o filme-concerto, Shine a Light (2008), registrou os shows da banda Rolling Stones (da qual Scorsese é fã confesso) no Beacon Theatre de Nova York em 2006. Além dos shows, o filme intercala entrevistas e material histórico da banda.
Em diversas ocasiões, Scorsese aparece como ator, interpretando pequenos papéis em seus filmes ou como convidado em outras produções.

Em sua filmografia, destacam-se personagens como Jimmy Shorts, de Caminhos Perigosos, e o passageiro homicida que pretende assassinar sua esposa e o amante em Taxi Driver. Além desses, ele foi um diretor de TV em O Rei da Comédia e emitiu pelo rádio, os chamados de socorro aos paramédicos de Vivendo no Limite.

Em 1986, participou de Por Volta da Meia-Noite (Round Midnight), de Bertrand Tavernier, e em 1990, foi convidado por Akira Kurosawa para interpretar o pintor Vincent Van Gogh em um dos episódios do filme, Sonhos (Dreams).

Anos mais tarde, deu voz ao personagem Sykes, no filme de animação da Dreamworks, O Espanta-Tubarão (Shark Tale - 2004). Baseado na própria pessoa de Scorsese (com sobrancelhas grossas e fala rápida), Sykes é um peixe-baiacu emdividado com o chefão mafioso Don Lino, um tubarão interpretado pelo parceiro Robert De Niro.

Em 1967, Scorsese realizou seu primeiro longa-metragem em preto e branco, Who's That Knocking On My Door, com a participação do colega Harvey Keitel e da editora Thelma Schoonmaker que, desde então, passou a ser a editora oficial de todos os seus filmes.

Precurssor de Caminhos Perigosos (Mean Streets), Who's That... já dava uma amostra do "estilo Scorsese", caracterizado pelo foco no cotidiano urbano da Nova York Ítalo-Americana, edição ágil, trilha-sonora composta por música rock e protagonistas em conflito.

Sexy e Marginal (Boxcar Bertha - 1972), um filme-B sobre gângsters na era da depressão americana, teve produção de Roger Corman, lendário diretor-produtor de filmes-B que, além de Scorsese, apradrinhou outros futuros grandes diretores, como Francis Coppola e James Cameron.

O filme é uma adaptação do livro Sister of the Road, escrito em 1972 pelo Dr. Ben L. Reitman como uma fictícia autobiografia da inconformista Bertha Thompson (Barbara Hershey), que junto ao parceiro e amante "Big" Bill Shelly (David Carradine), assaltavam trens nos estados sulistas. Mesmo com narrativa convencional, o filme se mostra genuíno ao abordar temas sexuais e raciais dos anos 30.

Apesar de não ser muito significativo em sua filmografia, Boxcar Bertha foi importante para Scorsese pois, guiado por Roger Corman, ele aprendeu como fazer filmes de maneira rápida e com pouco dinheiro, o que lhe foi muito útil em seu projeto seguinte, Caminhos Perigosos (Mean Streets, 1973).

Influenciado por John Cassavetes, Samuel Fuller e Jean-Luc Godard, o filme foi um marco para Scorsese, De Niro, e Harvey Keitel, inovando pela temática urbana violenta numa linguagem visual crua, estilo filme-documentário.

Nesse ponto, firma-se o "estilo Scorsese", repleto de personagens agressivos, violência gráfica, culpa e redenção religiosa, ambientes do sub-mundo novaiorquino, edição ágil e trilha-sonora com canções selecionadas.

Após Caminhos Perigosos, Scorsese foi muito encorajado (principalmente por Cassavetes) a realizar filmes autorais e evitar projetos encomendados pelos estúdios.

Neste road-movie, acompanhamos Alice (Burstyn), uma viúva que, junto ao filho pré-adolescente, atravessa o sudoeste americano em busca de uma vida melhor.

Alice... foi ao mesmo tempo, criticado e aclamado por grupos feministas, mas para Scorsese, sua ideologia vai além desse aspecto, mostrando um retrato intuitivo, cômico e, às vezes, doloroso da mulher americana independente.

Em 1976, Scorsese estremeceu o mundo do cinema ao dirigir o chocante Taxi Driver (Motorista de Táxi), um filme intenso e violento sobre um homem atormentado que lentamente sucumbe à loucura enquanto dirige um táxi, noite adentro da infernal Manhattan dos anos 70.O "estilo Scorsese" encontrava-se bem desenvolvido, empregando iluminação expressionista, câmera lenta, e tomadas de ponto-de-vista que expressam visualmente a intensidade do estado emocional de seu protagonista, Travis Brickle, uma desconsertante criação de Robert De Niro, também responsável pelo sucesso do filme.

Taxi Driver marcou o início de uma série de colaborações entre Scorsese e o roteirista Paul Schrader - também diretor de, entre outros, Gigolô Americano (American Gigolo, 1980), e A Marca da Pantera (Cat People, 1982).

Segundo Schrader, Taxi Driver salvou sua vida. Em 1973, o roteirista vivia no limite. Divorciado, desempregado e falido, Schrader tornou-se alcólatra, e num momento de extrema depressão, considerou o suicídio. Ao invés disso, resolveu escrever uma história sobre alienação urbana que viria a definir a brutalidade da vida nas ruas da América.

O roteiro percorreu um longo caminho até chegar às mãos de Scorsese e deu a Schrader, seu primeiro grande contrato.

Provocador e controverso, cinco anos após seu lançamento, Taxi Driver tornou-se novamente manchete dos jornais, quando John Hinckley Jr., tentou assassinar o então Presidente, Ronald Reagan. Mais tarde, Hinckley confessou que seu ato foi o resultado da obssessão que tinha pela personagem de Jodie Foster. O filme também contém uma cena em que Travis Brickle (personagem de De Niro), tenta assassinar um senador pelo mesmo motivo de Hincley.

Leia o artigo CABIN FEVER (em inglês).Taxi Driver ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1976. Também foi indicado a quatro Oscars, incluindo Melhor Filme, mas não foi premiado.

Além do parceiro De Niro, o elenco do filme também conta com Liza Minnelli, filha do lendário diretor de musicais da época de ouro de Hollywood, Vincent Minnelli.

Subestimado, New York, New York apresenta um contraste entre a paranóia de De Niro e a insegurança de Minnelli, com destaque para sua apurada trilha-sonora, incluindo a clássica canção-tema, eternizada na voz de Frank Sinatra.

No ano seguinte, dirigiu o documentário The Last Waltz (O Último Concerto de Rock - 1978), que cobriu o show de despedida do conjunto de folk-rock, The Band, encerrando uma tournée que durou 16 anos.

The Last Waltz inclui performances ao vivo da banda e de convidados como Eric Clapton, Bob Dylan e Neil Young, entre outros, intercaladas por entrevistas feitas pelo próprio Scorsese com os membros do The Band.

Touro Indomável (Raging Bull, 1980), a violenta biografia do campeão de boxing pêso-médio, Jake La Motta, reuniu pela primeira vez, a dupla Robert De Niro e Joe Pesci.

Apesar do roteiro ser creditado a Paul Schrader, a versão definitiva é largamente diferente do script original. Várias vêzes reescrito por diferentes autores, o roteiro final acabou sendo escrito por Scorsese e De Niro.

Desde então, Touro Indomável tem sido abertamente celebrado como uma obra-prima, e considerado um dos melhores filmes da década de 80.

O Rei da Comédia (The King of Comedy - 1981), é uma sátira absurdista sobre o culto às celebridades que tem Robert De Niro em mais um tipo difícil: Rupert Pupkin, um comediante psicopata que se acha engraçado a nível profissional.

Após vários fracassos, Rupert e sua parceira desequilibrada Masha (Sandra Bernhard), sequestram o famoso cômico Jerry Langford (interpretado por Jerry Lewis em seu primeiro papel dramático), com a intenção de só libertá-lo caso a emissora de TV coloque Pupkin no ar.

Com este filme, Scorsese pretendia distanciar-se dos temas densos abordados em seus últimos trabalhos e decidiu experimentar o gênero da comédia de humor-negro. Sua linguagem visual difere-se do expressivo estilo habitual com tomadas longas em camera fixa.


O projeto seria originalmente dirigido por Tim Burton, mas ao ler o roteiro, Scorsese se interessou e assumiu a direção enquanto esperava o término da captação de recursos para finalizar A Última Tentação de Cristo.

Depois de Horas não teve sucesso nas bilheterias, mas rendeu a Scorsese o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes. Com o tempo, tornou-se um cult-movie.

A Cor do Dinheiro (The Color of Money - 1986) dá sequência à história do jogador de bilhar golpista "Fast Eddie" Felson, personagem interpretado por Paul Newman no clássico Desafio à Corrupção (The Hustler - 1961).

Na continuação (que rendeu um tardio Oscar de Melhor Ator a Paul Newman), Felson encontra-se aposentado das mesas quando conhece Vincent (Tom Cruise), um jovem jogador talentoso e inexperiênte. Juntos, embarcam numa viagem praticando golpes em apostas nas salas de bilhar.

Com visual apurado, A Cor do Dinheiro destacou-se como uma investida no "mainstream" comercial de Hollywood. Seu sucesso nas bilheterias proporcionou o financiamento necessário para finalizar um polêmico projeto.


Adaptado do controverso livro de Nikos Kazantzakis, A Última Tentação de Cristo (The Last Temptation of Christ - 1988) foi totalmente filmado no Marrocos e registra um momento inspirado de Scorsese ao narrar o tormento de Jesus Cristo (Willem Dafoe) durante sua transição de homem comum para o messias, filho de Deus.

O filme abre com uma declaração explicando que se encontra distânciado da versão bíblica da vida de Jesus, e que também não tem a intenção de recriar com exatidão, os eventos descritos nos Testamentos.

Como no livro, a tese central do filme é que Jesus, ainda livre do pecado, encontra-se sujeito à todas as formas de provações que os homens sofrem, incluindo medo, dúvida, depressão, relutância, e luxúria. Esta alternativa inclui Cristo sendo tentado ao imaginar a si mesmo envolvido em atividades de natureza sexual, uma idéia que causou polêmica entre grupos Cristãos.


Baseado no conto O Jogador, de Dostoevsky, Life Lessons tem Nick Nolte como Lionel Dobie, um aclamado artista plástico que sofre um bloqueio criativo antes da estréia de sua exposição, e Rosanna Arquette como Paulette, sua assistente, aprendiz e ex-amante.Toda a história passa-se no apartamento/studio de Lionel, ao som da canção "Whiter Shade of Pale" de Procol Harum.
Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990) conta a história real da ascensão e queda de Henry Hill (Ray Liotta) e seus parceiros no crime organizado, Jimmy Conway (Robert De Niro) e Tommy DeVito (Joe Pesci), ao longo de dez anos.

Após uma década de temas variados, o épico sobre crime organizado foi um retorno ao estilo Scorsese, e sua mais concreta realização desde Touro Indomável. Um desfile de técnicas cinematográficas que restabeleceu a reputação genial do diretor para inovar suas narrativas.

Situado na "Little Italy", o filme basea-se no livro verídico de Nicolas Pileggi, Wiseguy, adaptado pelo próprio e por Scorsese (mais tarde, os dois voltariam a se reunir em Casino, também de Pileggi), e trás de volta a dupla De Niro e Joe Pesci (vencedor do Oscar de Ator Coadjuvante), além de Ray Liotta, Lorraine Bracco e Paul Sorvino.

O resultado final foi um dos filmes mais cultuado de Scorsese, sucesso de bilheteria e vencedor do Leão de Prata de Melhor Direção no Festival de Veneza.


Na versão de 1991, Robert De Niro (em sua sétima parceria com Scorsese) assume o papel do psicopata Cady, e Nick Nolte faz o advogado, Bowden. Gregory Peck e Robert Mitchum também participam do filme. Peck é o advogado de defesa de Cady, e Mitchum, um delegado de polícia.
O elenco também inclui Jessica Lange e Juliet Lewis, respectivamente, como esposa e filha de Bowden.
O filme assimila elementos característicos do original ao estiloso visual de Scorsese. A abertura leva a marca de Saul Bass (designer das aberturas dos filmes de Alfred Hitchcock) e a trilha-sonora foi adaptada por Elmer Bernstein a partir da original de Bernard Hermann (autor da trilha de Taxi Driver, seu último trabalho). Ao mesmo tempo, a narrativa visual de Scorsese experimenta diversas técnicas modernas de efeitos visuais, filmadas em wide-screen Panavision.

Fortemente criticado pelas cenas de violência sexual, Cabo do Medo foi indicado a dois Oscars e tornou-se um dos maiores sucessos de bilheteria de Scorsese, somente superado 13 anos depois, por O Aviador e Os Infiltrados.


Recém-chegada da Europa, Ellen choca a sociedade local com seu compartamento liberal, e junto a Newland, vive um romance que poderá se transformar num grande escândalo.


Nesta terra sem leis, encontramos os típicos personagens do universo marginal de Pileggi e Scorsese:
O Tangiers Casino e o crime organizado de Las Vegas são comandados à distância pelos chefões da máfia liderada pelo "mob boss", Remo Gaggi.
O filme é quase todo narrado pelos personagens de De Niro e Joe Pesci. Em uma das passagens iniciais, Sam Rothstein define bem a saga dos mafiosos:

"Eu dirigia um dos maiores casinos de Las Vegas, o Tangiers. Este paraíso na Terra me foi dado pelos únicos caras que realmente podem fornecer este tipo de dinheiro. Eu não conheço todos os detalhes. Ninguém conhece. Deveria ter sido perfeito...
mas no fim, nós fodemos com tudo."


Grandioso em todos os sentidos, Casino registra a marca recorde do uso da palavra "fuck" (foda, foda-se ou fudido), repetida 422 vêzes durante o filme.

Assim como em outros filmes de Scorsese, a trilha sonora de Casino é exemplar. Ao longo de quase três horas de duração, destacam-se as canções de Louis Prima, Muddy Waters, Fleetwood Mac, B.B. King, The Animals e vários outros clássicos que marcaram época.


Identificado como a reencarnação do Dalai Lama, o "Buda da Compaixão", o garoto é levado para Lhasa, onde é educado como monge e preparado para tornar-se Chefe de Estado. Aos quatorze anos de idade, passa a enfrentar problemas com o governo da China, que pretende se apossar do Tibet.

Apesar de fracassar nas bilheterias, Kundun destaca-se pela belíssima fotografia de Roger Deakins, um registro luminoso composto por imagens surreais, místicas e abstratas.

Seu apurado visual ganha força através da minimalista trilha sonora composta por Philip Glass, que assimila influências musicais da região do Himalaia.


Estressantes plantões noturnos em uma ambulância na Nova York do início dos anos 90. Esse é o tema de Vivendo no Limite (Bringing Out The Dead - 1999), adaptado por Paul Schrader do bestseller autobiográfico de Joe Connelly.

Mais loucos do que Frank, são seus colegas paramédicos. Ving Rhames é um pragmático religioso. Tom Sizemore, um agitado psicopata, e John Goodman, um paranóico.

Pelo rádio da ambulância, o próprio Scorsese realiza os chamados de socorro ao som da trilha sonora composta por clássicos pop-rocks de bandas como The Clash, R.E.M., The Marvelettes, Van Morrison e The Who.

O épico Gangues de Nova York (Gangs of New York - 2002), baseia-se no livro de não-ficção, The Gangs of New York, escrito por Herbert Asbury em 1928.

Claramente influênciado por grandes cineastas italianos, como Luchino Visconti e Federico Fellini, o filme foi inteiramente rodado nos famosos estúdios da Cinecittà, em Roma, que abrigaram os grandiosos cenários criados pelo premiado diretor de arte, Dante Ferretti.

Gangues de Nova York é um antigo projeto que Scorsese tentou levar às telas pela primeira vez, em 1978. Na época, tinha a intenção de escalar no elenco, os membros da banda punk britânica, The Clash.

Nova York, 1846. No distrito de Five Points, na baixa-Manhattan, uma guerra territorial desenvolve-se há anos entre duas facções: Os Nativistas (composta por descendentes de imigrantes inglêses protestantes, nascidos na América), e os Dead Rabbits, em sua maioria, recém-chegados imigrantes irlandêses católicos.

Durante um sangrento confronto, Priest Vallon (Liam Neeson), líder dos Dead Rabbits, é morto por Bill "The Butcher" Cutting (Daniel Day-Lewis), líder dos Nativistas. O violento episódio acontece diante dos olhos do menino Amsterdam, filho de Vallon. Derrotados, os Dead Rabbits são banidos da sociedade local, e Amsterdam é enviado a um orfanato, onde passa os próximos 16 anos.

Finalizado em 2001, o filme permaneceu arquivado por mais de um ano, pois a produtora Miramax receiava que as cenas de tumulto nas ruas mostradas no filme, iriam incomodar o público após os atentados de 11 de setembro. Além disso, a última imagem do filme mostra uma Nova York moderna, ainda com as Torres Gêmeas. Scorsese decidiu manter a tomada pois, sua intenção era fazer um filme sobre aqueles que construíram a cidade, e não se deixar influênciar pelos que tentaram destruí-la.Vivendo em Los Angeles, Hughes passa a investir na indústria do cinema. Sua maior realização foi a mega-produção Hell's Angels (1930), um épico de guerra que ele mesmo escreveu e dirigiu. Obssecado, leva três anos para completar o filme, enlouquecendo sua equipe durante as filmagens das realistas batalhas aéreas (captadas por mais de vinte câmeras) que consumiram 3.8 milhões de sua própria fortuna.

Ao mesmo tempo, vive tumultuados romances com estrelas de Hollywood, como Katharine Hepburn (Cate Blanchett, vencedora do Oscar de Atriz Coadjuvante), Jean Harlow (Gwen Stefani) e Ava Gardner (Kate Beckinsale).

Megalomaníaco e visionário, desenvolve revolucionários projetos de aviação que trouxeram enormes avanços tecnológicos para a indústria. Aviador e entusiasta, Hughes fazia questáo de ser o piloto-de-teste destes novos aviões, muitas vêzes, sofrendo graves acidentes.

O filme também aborda seu notório distúrbio emocional. À certa altura Hughes desenvolve um grave transtorno compulsivo-obssessivo que o leva à reclusão.



No clássico estilo Scorsese, Os Infiltrados expõe as intrigas da corrupção na polícia de Boston, em conflito com o FBI numa batalha contra a máfia irlandêsa local.

Em seu terceiro filme com Scorsese, Leonardo DiCaprio retorna como Billy Costigan, um policial novato, recém-saído da academia de polícia que é recrutado pela Unidade de Investigações Especiais. Seu passado marginal e suas ligações familiares com o crime organizado, fazem dele o agente ideal para se infiltrar no submundo de Boston.


Jack Nicholson é Frank Costello, o violento e psicótico chefão do grupo mafioso no qual Costigan deve se infiltrar. Inicialmente, Robert De Niro estava cotado para o papel, mas Scorsese optou por Nicholson para diferenciar o elenco em relação a seus outros filmes de temática criminal.


Matt Damon é Colin Sullivan, protegido de Costello desde criança, tornando-se seu agente infiltrado na polícia de Boston. Sua tarefa é desarticular as operações policiais que visam derrubar Costello. Durante sua pesquisa para o personagem, Damon trabalhou no departamento de polícia de Massachusetts, acompanhando policiais em rondas e realizando procedimentos do cargo de seu personagem.

O elenco inclui Martin Sheen, Alec Baldwin e Mark Wahlberg como integrantes da Unidade de Investigações Especiais.

Após o lançamento, Os Infiltrados mostrou-se controverso em Boston por sua recriação da cultura "estranguladora" característica dos gângsters, da polícia e dos políticos locais. Durante anos, a "lei do silêncio" imperou na cidade, resultando numa epidemia de mortes violentas causadas pelo tráfico de heroína e oxycontin mostrados no filme. Autoridades municipais de Boston vieram à público expressando sua repúdia a esse aspecto do filme.

Scorsese e DiCaprio continuam sua parceria com o thriller, Ilha do Medo (Shutter Island, 2010), também com Mark Ruffalo, Ben Kingsley, e Michelle Williams no elenco.

A trama acompanha dois investigadores (DiCaprio e Ruffalo) que tentam esclarecer o misterioso desaparecimento de uma paciente em um sanatório para criminosos insanos, situado numa sinistra ilha na costa de Massachusetts, em 1954.

O filme foi adaptado a partir do livro escrito por Dennis Lehane em 2003 com título brasileiro Paciente 67. Lehane ganhou notoriedade em Hollywood depois do sucesso da versão de seu livro Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, 2001), dirigido por Clint Eastwood e que rendeu a Sean Penn, o Oscar de melhor ator. Em 2007, Ben Affleck estreiou na direção com Medo da Verdade (Gone Baby Gone), outro romance policial de Dennis Lehane.

Além de produtor executivo, Scorsese dirigiu o episódio de abertura da série, Boardwalk Empire (2010), produzida pela HBO. Estrelada por Steve Buscemi e Michael Pitt, a série foi criada por Terence Winter, (roteirista de The Sopranos) e baseada no livro Boardwalk Empire: The Birth, High Times and Corruption of Atlantic City, de Nelson Jordan.


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