01/09/2008

ZACK SNYDER

Visionário, inovador, estilista. Esses são alguns dos adjetivos que o cineasta Zack Snyder conquistou ainda no início de sua carreira. Como um mestre da cultura pop no cinema, dirigiu adaptações renomadas de outras mídias com originalidade e enorme sucesso.

Visualmente deslumbrantes, seus filmes deram novo fôlego a gêneros desgastados que insistiam na repetição de velhas fórmulas e clichês, sobrevivendo graças à devoção incondicional dos fãs.

Com propostas inovadoras, Zack Snyder revolucionou segmentos adicionando novos elementos que reforçaram seu apelo junto ao grande público e renovaram a paixão dos fãs, garantindo sua continuidade.




Ao longo da tenebrosa catástrofe, acompanhamos o drama de um grupo de sobreviventes encurralados num shopping center cercado por uma multidão de mortos-vivos que logo, conseguirão invadir o refúgio.
Numa vídeo-montagem com chocantes imagens (algumas verídicas) de conflitos e caos, a sequência dos créditos de abertura faz uma ponte entre o início da catástrofe e a destruição total, apoiada pela canção Man Comes Around, cantada (e recitada) por Johnny Cash.

Repleta de referências Bíblicas, a canção baseia-se no Livro das Revelações. No título, "The Man", seria Jesus Cristo, e "Comes Around", refere-se ao "Second Coming" (Ressureição de Cristo seguida pelo Juízo Final).
A sequência de encerramento também apresenta um estilo visual diferente após a eletrizante fuga do shopping. A bordo de um veleiro, os últimos sobreviventes do grupo rumam ao desconhecido na esperança de retornar à civilização. Seu destino é narrado através de imagens gravadas por uma câmera de vídeo encontrada no barco.
Repletas de ruídos, enquadramentos amadores e cortes abruptos, a sequência tem um clima "reality", no estilo do sucesso independente, A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999). Esta linguagem visual foi revisitada em outras produções, como Cloverfield: Monstro (Cloverfield, 2008) e Quarentena (Quarentine, 2009).

Após a versão de 1978, a série macabra de Romero ainda gerou mais três sequências (até agora): O Dia dos Mortos (Day of the Dead, 1985), Terra dos Mortos (Land of the Dead, 2005) e Diário dos Mortos (Diary of the Dead, 2008).


Também foi aclamado pelo público e pelos fãs do gênero, tornando-se um grande sucesso de bilheteria. Mundialmente, faturou US$ 102 milhões. Nada mal para um filme que custou "apenas" US$ 28 milhões.

300 (2007), narra a heróica Batalha das Termópilas, travada na Grécia Central no ano 480 (a.C.), quando 300 guerreiros espartanos, enfrentaram até a morte um exército de centenas de milhares de persas.Grande admirador da obra de Miller, Snyder impressionou os fãs ao transpôr a história dos quadrinhos, para o cinema com extrema riqueza visual. Os painéis desenhados por Miller foram digitalmente recriados com grande fidelidade.
Estes recurssos tecnológicos foram amplamente explorados pela direção de arte, gerando belíssimas composições.

Esta linguagem visual distância Snyder (e 300) do estilo padronizado das cenas de combate, composto de cortes rápidos e enquadramento fechado.

A sequência dos créditos de encerramento também merece destaque. Com extremo bom gôsto, a animação presta um tributo a Frank Miller, baseando-se em suas ilustrações originais, e ao mesmo tempo, reforçando o fato de que o filme é derivado de sua graphic novel.
Lançado em formato convencional e IMAX, 300 dividiu a crítica, mas bateu recordes de bilheteria em sua estréia. Orçado em US$ 70 milhões, faturou mais de US$ 450 milhões, superando as super-produções épicas da década.
Watchmen (2009), não é um filme sobre super-heróis, e sim, uma elaborada ficção-científica situada numa realidade alternativa da América na década de 80.

Sua temática baseia-se em conceitos políticos e sociais fantásticos: como seriam os vigilantes? (watchmen, em inglês) seriam perfeitos? acima do bem e do mal? ou suas máscaras apenas esconderiam o fato de que são simples mortais? (fortes por fora, mas assim como nós, emocionalmente vulneráveis). E a sociedade? como reagiria? mais ainda: como a humanidade conviveria com um ser onipotênte? Até onde sua presença influênciaria o curso da história que conhecemos?

Watchmen apresenta alternativas para estas questões.

A compreensão de Blake sobre a violenta natureza humana, não o abalava. Ao enxergar sua verdadeira face, tornou-se uma paródia do "ser humano", encarando a realidade como uma grande piada (de mau gôsto).

Seu assassinato dá início à trama que envolve os vigilântes.

Muito satisfeito com o resultado de 300, Frank Miller perguntou a Zack Snyder como ele iria dirigir Watchmen.
Sua resposta foi: "Com muito cuidado".

A declaração dirigia-se ao público-alvo do filme: os fãs da graphic novel, uma galera muito difícil de agradar e que já havia se manifestado contra a interferência hollywoodiana em seu clássico. Mas Snyder não chegou a decepcionar, pois também faz parte dessa legião de fãs e esforçou-se para adaptar a história com o máximo de fidelidade possível.

Durante toda a produção, Snyder tinha uma cópia da graphic novel em baixo do braço para orientar equipe e atores. Cenários, figurinos, enquadramentos e iluminação, foram recriados com extremo detalhismo e fidelidade.As filmagens ocorreram integralmente em estúdios do Canadá, onde foram construídos os grandes cenários que reproduziram fiélmente os detalhes da rua novaiorquina principal da história, o interior do armazém do Nite Owl, e a penitenciária que será o palco de uma terrível rebelião causada pela presença de Rorschach.
Os cenários de Karnak, a fortaleza de Ozymandias na Antártida, foram parcialmente construídos. Assim como vários outros sets, foi finalizado através de uma tela verde que possibilita efeitos posteriores de composição e inserção do background em computação gráfica.A produção ainda contou com renomados acadêmicos do campo da física, que prestaram uma valiosa assessoria a respeito da veracidade dos aspectos científicos da história, como o fantástico universo do Dr. Manhattan (campo intrinseco, teletransporte, manipulação da matéria, etc.) e as anvançadas tecnologias utilizadas pelo Nite Owl.Além da trilha-sonora original composta por Tyler Bates, a música de Watchmen inclui peças clássicas referêntes a outros filmes e canções que fazem uma ligação com a graphic novel, onde os capítulos encerram com uma citação, muitas delas derivadas de standarts da música americana.

Na abertura, The times they are a-changing (Bob Dylan), ilustra o conceito das mudanças radicais na história.

Pouco para uma super-produção aguardada por 25 anos.

Sua repercussão dividiu público e crítica com as inevitáveis comparações com a graphic novel, mas considerando a grande diferença na linguagem das mídias, Watchmen (o filme) se classifica como uma peça original e independente.Sendo assim, o trabalho de Snyder pode ser considerado um sucesso que, ao longo dos anos, fortalecerá sua relação com o original como um cult derivado de um clássico.

No elenco, as vozes de Jim Sturgess, Hellen Mirren, Hugo Weaving e Geoffrey Rush, entre outros.

Orçado em US$ 80 milhões, A Lenda dos Guardiões foi lançado em película convencional, Real 3D e IMAX 3D, faturando US$ 140 milhões nos cinemas americanos e em DVD.

Produzido por Snyder e sua esposa Deborah através de sua produtora, Cruel and Unusual Films, o projeto nasceu em 2007, mas foi adiado por causa da produção de Watchmen.

Sucker Punch é como uma fábula musical adulta, repleta de referências à cultura pop dos anos 80 e aos animés japoneses.

A grande motivação do diretor quanto ao projeto foi justamente contar uma história através da recomposição de canções pop-rock que complementassem a narrativa. Além da trilha original composta pelo parceiro Tyler Bates, a música do filme conta com versões e remixes de canções de Alison Mosshart, Björk e Queen, entre outros.

A história desenvolve-se em três níveis: a realidade, uma sub-realidade (onde o espaço real de uma clínica sinistra alterna-se para um bizarro e colorido bordel) e o mundo de sonhos onde as impressionantes sequências de ação incorporam diferentes aspectos de tempo e espaço.