Oliver Stone é um controverso cineasta e roteirista, vencedor de três Oscars - um como roteirista e dois por direção. Sua obra, frequêntemente aborda tópicos políticos e culturais, sejam eles contemporâneos ou históricos.
No início da década de 60, trabalhou numa corretora de valores na França, onde geralmente, passava as férias de verão. Vinte anos depois, essa experiência mostrou-se muito útil em seu filme, Wall Street. Na volta à América, foi aceito na universidade de Yale, a qual abandonou após um ano.
Após servir no Vietnam, Stone formou-se na Escola de Cinema da New York University, tendo Martin Scorsese como mentor. Sua experiência militar impulsionou sua carreira de cineasta. Platoon (1986) e Nascido no 4 de Julho (Born on The 4th of July, 1989), lhe renderam o Oscar de direção. Ambos fazem parte da sua trilogia do Vietnam, encerrada com Entre o Céu e a Terra (Heaven and Earth, 1993).
Hoje, Oliver Stone é considerado um ícone de Hollywood.
Como cineasta, Stone estreou com o curta-metragem Last Year in Vietnam (1971). Três anos depois, lançou seu primeiro filme comercial, Seizure (1974 - também conhecido como Queen of Evil). Em 1979, fez outro curta, Madman of Martinique, e em 1981, penetrou no "mainstream" hollywoodiano com A Mão (The Hand). Estrelado por Michael Caine, este fraco remake de The Beast With Five Fingers (1946), permanece ignorado em sua filmografia.
Com duas indicações ao Oscar (melhor ator para James Woods e roteiro original para Stone e Boyle), Salvador foi bem recebido pela crítica, mas não teve sucesso comercial.
Baseado em sua vivência como soldado da Infantaria Americana no Vietnam, Platoon (1986) foi escrito por Stone assim que retornou da guerra. Sua motivação era expôr fielmente o cotidiano caótico vivido por um pelotão na selva, distanciando-se da propaganda hollywoodiana protagonizada por John Wayne no cínico, Os Boinas Verdes (The Green Berets, 1968).
O pelotão de Oliver Stone no Vietnam, em 1967.O filme causou enorme impacto sobre o público, e venceu quatro Oscars, incluindo melhor filme e diretor.Charlie Sheen é Chris Taylor, um jovem idealista que voluntáriamente abandona a faculdade e se alista para lutar no Vietnam. Desgastado pelas condições do terreno de batalha, Chris deve encarar o horror da guerra enquanto é rejeitado pelos soldados veteranos.
A situação piora quando ele se vê no meio de um conflito interno que divide seu pelotão. Em um lado, o compassivo sargento Elias (Willem Dafoe) e no outro, o extremista sargento Barnes (Tom Berenger).Platoon foi filmado em locações nas Filipinas. James Woods, que trabalhou com Stone em Salvador, foi convidado a participar da produção, mas recusou, declarando que "não aguentaria fazer mais um filme de guerra com Stone.".
Antes do início das filmagens, o elenco passou por um intenso programa de treinamento. Por duas semanas, eles cavaram trincheiras, fizeram longas marchas na selva e participaram de emboscadas noturnas com explosões e tiros controlados por técnicos em efeitos especiais.
Mais tarde, Stone declarou que sua intenção era "quebrá-los, foder com a cabeça deles, para conseguir aquela expressão irada, aquela atitude de vale-tudo, causada pela sensação da aproximação da morte.".
Em Wall Street - Poder e Cobiça (Wall Street, 1987), Charlie Sheen retorna como Bud Fox, um jovem e ambicioso corretor de ações em busca de sucesso e fortuna. No processo, envolve-se com o inescrupuloso mega-investidor, Gordon Gekko (Michael Douglas) que se torna mentor de Fox em troca de informações privilegiadas sobre o mercado.
Corrompido, Bud alcança seus objetivos, incluindo uma namorada-troféu (Daryl Hannah), mas eventualmente, irá encarar a si mesmo no jogo cruel do mercado de ações.
Desde que ouviu o argumento para um filme sobre dois homens que abusam do poder, duelando em Wall Street, Stone se interessou pelo tema. Além disso, conhecia um investidor em Nova York que ganhava milhões, trabalhando sem parar em negócios com investidores do mundo inteiro. Por fim, cometeu vários erros que lhe custaram tudo.
Stone recorda que "essa história engloba o que acontece no filme que é, básicamente, sobre a ascenção de um jovem seduzido pela possibilidade de ganhar dinheiro rápido, mas eventualmente, busca a redenção."
Segundo filme da trilogia do Vietnam, Nascido no 4 de Julho (Born on The 4th of July, 1989) deu a Stone seu segundo Oscar de direção e uma indicação a Tom Cruise.
Ron Kovic é um jovem católico e patriota que, orgulhoso de seus princípios, resolve alistar-se como fuzileiro e lutar no Vietnam. Mas seus princípios não bastaram para enfrentar os horrores de uma guerra. Ron participa do massacre de uma vila de civis, mata um fuzileiro por engano e sofre um ferimento grave que o deixa paralítico.
Na volta para casa, Ron encara uma severa crise existencial, sentindo-se traído pelo governo que se nega a apoiar os veteranos da guerra.
O stress emocional que Ron vivência, específicamente o distúrbio pós-traumático, não é incomum em veteranos de guerra. Inevitávelmente, ele é forçado a encarar as situações vividas em combate, quando teve que matar não somente soldados inimigos mas também, civis inocentes.
The Doors (1991) é uma biografia da banda de rock dos anos 60, com ênfase em seu líder, Jim Morrison (Val Kilmer).
Os outros membros da banda são interpretados por Kyle MacLachlan (Ray Manzarek), Frank Whaley (Robby Krieger) e Kevin Dillon (John Densmore).
The Doors: Morrison, Manzarek, Krieger e Densmore.
Kyle MacLachlan (Manzarek), Val Kilmer (Morrison), Frank Whaley (Krieger) e Kevin Dillon (Densmore).
O filme mostra Morrison como um ícone do rock, da contra-cultura e do estilo alucinógeno e libertino dos hippies.The Doors foi criticado por Ray Manzarek (teclados/baixo). Ele declarou ter conversado por horas com Stone sobre os Doors e Jim Morrison, mas nada do que foi dito - como importantes fatos da história da banda e da vida pessoal de Morrison - foi incluído no filme. Manzarek afirma que o filme não contém veracidade sobre a banda e Morrison.
JFK (1991) examina os eventos que levaram ao assassinato de John F. Kennedy e as alegações de uma suposta conspiração com a participação de membros do governo.
O roteiro foi escrito por Stone, adaptado a partir dos livros Na Trilha dos Assassinos, de Jim Garrison (ex-promotor estadual de Nova Orleans, responsável pelo processo) e Fogo Cruzado: A Trama Que Matou Kennedy, de Jim Mars.
Depois do lançamento de JFK nas salas de cinema, vários importantes jornais americanos, publicaram editoriais criticando as "liberdades" exercidas por Stone sobre fatos históricos, como as implicações do suposto envolvimento do ex-Presidente Lyndon B. Johnson na conspiração.
Inicialmente, o filme teve um rendimento baixo nas bilheterias, mas gradualmente, foi gerando interesse no público. Faturou mais de US$ 205 milhões mundialmente e recebeu oito indicações ao Oscar (incluindo melhor filme), vencendo as categorias de melhor fotografia e edição.
Em sua segunda colaboração com Stone, Tommy Lee Jones interpreta o fuzileiro Steve Butler, que se apaixona por Le Ly e leva-a para a América após a guerra.
Nessa violenta "sátira-criminosa", acompanhamos o casal de "serial-killers" Mickey e Mallory Knox (Woody Harrelson e Juliette Lewis), que viajam pela notória Rota 66 (uma estrada que liga o leste e o oeste dos Estados Unidos) cometendo crimes bárbaros que os tranformam em celebridades, devido à extensa cobertura da mídia.
O resto do elenco também é composto por personagens doentios: Robert Downey Jr. é um inescrupuloso repórter. Tom Sizemore, um detetive psicótico. Tommy Lee Jones é o exêntrico e cruel diretor penitenciário e Rodney Dangerfield, o pai molestador de Mallory.
Filmado e editado numa frenética linguagem visual, Assassinos Por Natureza mistura diferentes formatos como animação, película 8mm em preto-e-branco granulado, filme 35mm colorido e vídeo VHS, numa montagem psicodélica de imagens que, além de narrarem a história, expressam os pensamentos e as emoções dos personagens.
Nixon faturou apenas US$ 13 milhões domésticamente. Um resultado bem abaixo de seu orçamento de US$ 44 milhões.
O elenco de Reviravolta é estelar. Além do triângulo formado por Sean Penn, Jennifer Lopez e Nick Nolte, também participam Billy Bob Thornton, Powers Boothe, Joaquin Phoenix, Claire Danes e John Voight.
Al Pacino é Tony D'Amato, lendário técnico responsável pelas grandes vitórias do time no passado. Apesar de seu legado, seus métodos passam a ser duramente criticados devido aos resultados insatisfatórios da última temporada.
A versão final é uma compilação destes três roteiros, creditada aos autores originais e a Stone.
A exibição do filme no canal HBO foi adiada devido a um incidente em Cuba envolvendo o sequestro de uma balsa. Os sequestradores foram sumáriamente executados e, em resposta aos protestos de lobistas cubanos em Miami, a HBO cancelou definitivamente sua exibição. Até hoje, o filme não foi lançado nos Estados Unidos.Em 2004, Stone retornou à Cuba para rodar Looking For Fidel, um documentário com temática política, enfocando aspectos sociais da ilha e suas relações diplomáticas com o governo americano. Este documentário foi exibido pela HBO no mesmo ano. Na época, Stone declarou adimirar a Revolução Cubana, apoiando sua soberania, livre de influências estrangeiras.
Alexander (2004) é um épico sobre a vida de Alexandre, O Grande (Colin Farrell). Segundo Stone, foi baseado em sólida pesquisa sobre os eventos históricos.
O elenco também inclui Angelina Jolie (Rainha Olímpia), Val Kilmer (Rei Felipe), Jared Leto (Hephaestion), Christopher Plummer (Aristóteles) e Anthony Hopkins (Ptolomeu).
Em seu lançamento, Alexander não agradou a crítica nem o público, faturando apenas US$ 34 milhões domésticamente, enquanto seu orçamento foi de US$ 155 milhões. Seu faturamento intercional foi melhor, chegando a US$ 133 milhões, ainda abaixo de seu custo.
A reputação de Stone como cineasta controverso gerou uma preocupação de que o filme enfocaria alguma das inúmeras teorias de conspiração sobre o 11 de setembro. Na época, vários sites do assunto na internet, promoveram a idéia de que isso iria acontecer. Mas Stone e os produtores declararam que "o filme é totalmente dedicado ao heroísmo que seguiu a tragédia, e nada tem de político."
W. (2008), tenta biografar o ex-presidente americano George W. Bush e sua desastrosa administração. Todos esperavam uma impiedosa crítica por parte de Stone, mas o filme acaba retratando o ex-presidente como uma figura digna de pena, assombrado pela figura do pai (o ex-presidente George Bush) e manipulado pelos poderes corporativos e governamentais.
Além de Chávez, o filme também aborda o trabalho de vários outros líderes latino-americanos de esquerda, como Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Néstor e Cristina Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador) e Raúl Castro (Cuba), buscando divulgar suas ações políticas que geralmente, recebem atenção limitada da mídia norte-americana e européia.
Em sua estréia no Festival de Veneza, Stone foi questionado sobre sua motivação para o projeto e declarou:
South of the Border (naturalmente) causou muita controvérsia, principalmente na América e Europa, onde a crítica em geral o classificou como "uma visão parcial e pouco globalizada." Irônicamente, teve pouca repercussão na América-Latina.
Como um filme de Oliver Stone, Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme é razoável, funcionando mais como um ótimo registro de um momento da economia americana pois, vilões e corporações malignas à parte, o que sobra é a crise de verdade. Decepcionante, o roteiro inexpressivo não tem grandes momentos nem diálogos cortantes como o antecessor, valendo mais pela atuação de Michael Douglas e o retorno do personagem que lhe rendeu um Oscar.
Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme teve sua estréia no Festival de Cannes (fora da competição). A imprensa no evento era composta em sua maioria por jornalistas da indústria financeira, e não por críticos de cinema. Lançado mundialmente, o filme dividiu público e crítica, faturando pouco mais que seu orçamento de US$ 70 milhões.
Como um filme de Oliver Stone, Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme é razoável, funcionando mais como um ótimo registro de um momento da economia americana pois, vilões e corporações malignas à parte, o que sobra é a crise de verdade. Decepcionante, o roteiro inexpressivo não tem grandes momentos nem diálogos cortantes como o antecessor, valendo mais pela atuação de Michael Douglas e o retorno do personagem que lhe rendeu um Oscar.
Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme teve sua estréia no Festival de Cannes (fora da competição). A imprensa no evento era composta em sua maioria por jornalistas da indústria financeira, e não por críticos de cinema. Lançado mundialmente, o filme dividiu público e crítica, faturando pouco mais que seu orçamento de US$ 70 milhões.
a
a