
Na infância, Nolan interessava-se por botânica até achar a velha camera Super-8 do pai. Aos sete anos de idade, sua diversão era filmar histórias com seus heróis de brinquedo.




































Batman Begins apresenta inovações no design criado por Nathan Crowley e fotografado por Wally Pfister.
Buscando inspiração no clássico sci-fi Blade Runner (1982), a equipe criou novos conceitos visuais para Gotham City com elementos de Nova York, Chicago e Tokyo.

O Batmóvel mistura elementos de tanques modernos, Hum-Vee militares - veículos de combate vistos em ação no Iraque - com os "monster-trucks".
É equipado com motor V8, robustos pneus dianteiros de corrida na lama, pneus traseiros de tratores 4x4, sistema de suspensão dos potentes Baja Racing Trucks, e uma poderosa turbina traseira alimentada por 6 tanques de propano.





Com ótima recepção da crítica, Batman Begins estreou em mais de 3.800 salas (incluindo 55 com sistema IMAX), tornando-se o blockbuster desejado por Nolan. Com faturamento de US$ 373 milhões, o filme ficou abaixo do Batman dirigido por Tim Burton em 1989 (US$ 411 milhões). Mas isso foi apenas o começo.
Passado na Londres do século XIX, O Grande Truque (The Prestige, 2006), é um thriller de mistério onde os ilusionistas Robert Angier (Hugh Jackman) e Alfred Borden (Christian Bale), tornam-se obssecados rivais em busca do truque indecifrável máximo.








O Grande Truque tornou-se mais um sucesso de crítica e público de Nolan, faturando US$ 109 milhões nas bilheterias e recebendo duas indicações ao Oscar pela fotografia de Wally Pfister e pela direção de arte de Nathan Crowley, ambos colaboradores frequentes do diretor.
Em seu lançamento, O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008) causou tremendo impacto sobre a crítica e o público, sendo amplamente aclamado como a melhor adaptação dos quadrinhos para o cinema.
Com uma abordagem mais cinemática e um clima ainda mais pesado que o anterior, a história envolve tramas políticas, tragédias pessoais e conflitos existêncialistas sem final feliz.

Christian Bale retoma o personagem, que dessa vez, enfrenta seu mais perigoso inimigo: o Coringa, um psicopata ousado e brilhante que se sobrepõe aos mafiosos do crime organizado deflagrando a anarquia e o caos, chegando a manter Gotham City inteira como refém.



Na cerimônia do Globo de Ouro de 2009, Christopher Nolan recebeu o prêmio de melhor ator co-adjuvante em nome de Ledger. O mesmo aconteceu no Oscar, que também prêmiou Heath Ledger póstumamente.

Ainda sobre o elenco, além de Michael Caine (Alfred), Gary Oldman (James Gordon) e Morgan Freeman (Lucius Fox), Maggie Gyllenhaal substituíu Katie Holmes como Rachel Dawes, assistente do destemido promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart), que terá sua alma corrompida por uma tragédia, tornando-se o famigerado Duas-Caras.





Segundo os roteiristas, a premissa básica do filme é a ascenção da anarquia em um grande centro urbano. Gotham City encontra-se vulnerável, e seus cidadãos responsabilizam Batman pela instauração da violência, da corrupção, e do surgimento de figuras ameaçadoras como o Coringa.
Essa conjuntura leva o herói ao limite enquanto se esforça para seguir o princípio de que fazer justiça com as próprias mãos, levará Gotham à degradação total.
Durante o filme, o Coringa cria várias situações que obrigam Batman, Gordon e Harvey Dent a encarar dilemas éticos impossíveis. No fim, toda a fundação moral construída pelo mito Batman, encontra-se ameaçada.
O estrondoso sucesso de O Cavaleiro das Trevas nas bilheterias ultrapassou a cifra de US$ 1 bilhão - na época, terceiro filme a atingir este marco, após Titanic (1997) e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003).
Depois do fenômeno de O Cavaleiro das Trevas, Hollywood esperava um filme ainda mais revolucionário de Nolan. A espectativa geral, era que seu projeto seguinte fosse reverenciado até por aqueles que torceram o nariz para a melhor adaptação do Homem-Morcego no cinema. E assim foi. Enquanto os grandes estúdios infantilizavam cada vez mais seus lançamentos de verão, a atitude do cineasta inglês ao realizar um thriller psicológico inteligente e adulto, foi no mínimo, corajosa.



O filme talvez seja o primeiro thriller de assalto de Hollywood com uma bagagem pesada, carregada pelo mundo subconsciente de Sigmund Freud mas com o passaporte carimbado de Ian Fleming. Enquanto escrevia o roteiro, Nolan buscou inspiração na obra de Jorge Luis Borges. O anime japones Paprika (criado pelo falecido Satoshi Kon em 2006), também é citado como referência.
Complexo e ambíguo é a melhor maneira para se descrever a história que se apresentava como um árduo desafio para ser concretizada. Mas esta é a especialidade de Nolan. Com desenvoltura, ele tem conseguido aliar narrativas complexas, multi-facetadas, transformando-as num tipo de entretenimento engajante.
Este questionamento existencialista sobre tempo e espaço sempre fascinou Nolan, refletindo-se em seu método narrativo não-linear. Seu primeiro filme, Amnésia (2000), é um grande exemplo desse aspecto. Autor do roteiro original de A Origem, Nolan tem sido comparado como o equivalente cinematográfico de mestres do gênero literário como William Gibson e Phillip K. Dick.

Na ficção de Nolan, acessar e manipular sonhos, tornou-se uma atividade essêncial e muito rentável para as grandes corporações que utilizam os serviços de profissionais do inconciente, e neste traiçoeiro jogo de espionagem corporativa, Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é o melhor ladrão de mentes. Um especialista na arte da extração de informações preciosas, escondidas nas profundezas do inconsciente durante o sono, quando a mente se encontra mais vulnerável.
Contudo, a habilidade que o tornou um profissional requisitado, também fez dele um fugitivo internacional, levando-o a sacrificar tudo que mais amava.
Agora, sua salvação pode estar num último e mais perigoso trabalho. Contratado por Mr. Saito (Ken Watanabe) Cobb deve penetrar o inconciente de Robert Fisher Jr. (Cillian Murphy), o herdeiro de uma grande corporação, e ao invés de extrair seus segredos, introduzir nele uma nova idéia (isso é o que o termo "inception" do título se refere).







Também no elenco, Tom Berenger, Pete Postlethwaite, Lukas Haas e Michael Caine como o mentor de Cobb.
O projeto foi apresentado a Warner em 2001, mas o estúdio preferiu aguardar. Na época, o diretor ainda não havia adquirido a experiência necessária para comandar uma grande produção. Depois de Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas, Nolan concluiu que o filme precisaria de um grande orçamento, pois "quando se entra no terreno dos sonhos, o potencial da imaginação humana é infinito. Dessa forma, a escala da produção precisa se igualar ao tema, dando a impressão de que é possível chegar a qualquer lugar ao fim do filme".
Sonhos são a matéria básica desta super-produção que consumiu US$ 200 milhões e inclui locações na Inglaterra, Canadá, Japão e Marrocos. As filmagens iniciaram-se em Tóquio, com a cena onde Saito contrata Cobb sobrevoando a cidade num helicóptero. Já na Inglaterra, a produção converteu um antigo hangar aeronáutico para abrigar os cenários do bar do hotel que podia inclinar-se a um ângulo de 30 graus. Lá, também foi construído o longo corredor do hotel, capaz de rodar 360 graus para captar a sensação da distorção de gravidade.

























Com uma abordagem mais cinemática e um clima ainda mais pesado que o anterior, a história envolve tramas políticas, tragédias pessoais e conflitos existêncialistas sem final feliz.























Este questionamento existencialista sobre tempo e espaço sempre fascinou Nolan, refletindo-se em seu método narrativo não-linear. Seu primeiro filme, Amnésia (2000), é um grande exemplo desse aspecto. Autor do roteiro original de A Origem, Nolan tem sido comparado como o equivalente cinematográfico de mestres do gênero literário como William Gibson e Phillip K. Dick.



Contudo, a habilidade que o tornou um profissional requisitado, também fez dele um fugitivo internacional, levando-o a sacrificar tudo que mais amava.













O grande orçamento possibilitou um visual mais realista, reforçando a percepção da platéia sobre a ação em ambientes fantásticos. Nolan optou por equilibrar os efeitos em computação gráfica com grandiosos e complexos sets, como o interior de um castelo japonês do século 16, a escada infinita baseada na obra do ilustrador holandês M. C. Escher e a rua devastada pela passagem de uma locomotiva.






A reação da crítica também foi positiva: "A conceptual tour-de-force!", "Uma grande realização! Bem-vindo à terra desconhecida!", "Nolan apresenta mais uma obra genuínamente original!", "...parece uma ficção de William Gibson adaptada por Stanley Kubrick!". Esta foi a repercussão causada pela obra mais recente de Christopher Nolan, um cineasta que se supera a cada filme.
















