No Reino Unido, grande parte da sociedade apóia uma censura moralista extrema que insiste em ditar as regras sobre que tipo de cultura é "adequada" para a população, principalmente no cinema, onde o British Board Of Film Classification (Conselho de Avaliação Cinematográfico Britânico) é uma instituição poderosa que, no passado, impediu a exibição de inúmeros filmes hoje revistos por uma ótica mais flexível.
Mas o BBFC continua firme. Recentemente, um filme sérvio teve sua exibição vetada no FrightFest Horror Festival por não atender o "pedido" do BBFC para cortar várias cenas de violência sexual. Se esse tipo de coisa ainda acontece nos dias de hoje, imagine como era 20 ou 30 anos atrás.
Confira alguns exemplos de filmes que em algum momento, foram banidos do circuito cultural britânico.
Filmes como Halloween (1978) e Sexta-Feira 13 (1980), tornaram-se franquias muito lucrativas até hoje.
Inovador em seu gênero, O Massacre da Serra Elétrica é, sem dúvida, um dos mais influêntes filmes de horror de todos os tempos. Mesmo com elementos despropositávelmente cômicos, o filme manteve sua intensidade através dos anos.
Após liberar a exibição do filme nas salas de cinema, o BBFC declarou que "não há evidências de efeitos negativos causados por este filme. Depois da onda de filmes de horror dos anos 80 e 90, O Massacre da Serra Elétrica chega a ser engraçado para a platéia contemporânea."
Confira alguns exemplos de filmes que em algum momento, foram banidos do circuito cultural britânico.
Filmes como Halloween (1978) e Sexta-Feira 13 (1980), tornaram-se franquias muito lucrativas até hoje.
Inovador em seu gênero, O Massacre da Serra Elétrica é, sem dúvida, um dos mais influêntes filmes de horror de todos os tempos. Mesmo com elementos despropositávelmente cômicos, o filme manteve sua intensidade através dos anos.
Após liberar a exibição do filme nas salas de cinema, o BBFC declarou que "não há evidências de efeitos negativos causados por este filme. Depois da onda de filmes de horror dos anos 80 e 90, O Massacre da Serra Elétrica chega a ser engraçado para a platéia contemporânea."
Realmente, a filmografia de Cronenberg não é para quem tem estômago fraco, mas afinal, sexo, fama, batidas de carro e morte, são temas comuns no cinema. O problema é quando são vistos através da lente de um cineasta ousado e genial, capaz de entrelaçar estes aspectos com fetichismo erótico e apresentar uma obra estilosa, intrigante, e ao mesmo tempo, instigante, perturbadora, híbrida da imaginação de Ballard e David Cronenberg.
No fim das contas, se a sociedade moderna é tão obssecada por carros e sexo, por quê Crash é tão controverso?
Em seu lançamento, o thriller "B" de baixo orçamento A Ùltima Casa à Esquerda (The Last House On The Left, 1972), chocou o BBFC pela abordagem violenta usada para narrar esta história de vingança envolvendo estupro, sendo imediatamente banido da Inglaterra. Em 2002, uma versão "adequada" foi liberada para exibição nos cinemas e em home video e, em 2008, o filme foi liberado na íntegra para adultos com um sério aviso sugerindo cautela ao espectador devido à sua strong bloody and sexual violence (extrema violência gráfica e sexual).
A polêmica gerada ao longo dos 30 anos de permanência no topo da lista de filmes banidos pelo BBFC, reforçou a notoriedade de A Ùltima Casa à Esquerda no gênero do horror grotesco. Não é para menos. Seu diretor foi o hoje reconhecido mestre do horror, Wes Craven, responsável por sucessos como A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984) e Pânico (Scream, 1996).
O pôster original de 1972, trazia em letras garrafais a seguinte pergunta: Can a movie go too far? (pode um filme ir longe demais?). Três décadas depois, esta pergunta mostrou-se pertinente, gerando um remake em 2009.
Dirigido por William Friedkin, O Exorcista (The Exorcist, 1973) marcou o início do horror moderno no cinema através de perturbadoras imagens subliminares e profânicas protagonizadas por uma menina de 12 anos de idade. A pesar do grande sucesso no mundo todo, o filme permaneceu banido no Reino Unido até 1990.
Após sua liberação, o público britânico mostrou-se dividido. Muitos o consideraram uma obra prima de profunda significância mística, e outros, um espetáculo superficial técnicamente bem realizado. Mas a conclusão final sobre a censura foi unânime: Muito barulho por nada.
O moralismo britânico considerou que O Selvagem (The Wild One, 1954) instigaria sua "inocente" juventude à rebeldia pelo comportamento anárquico de seus personagens liderados pelo astro Marlon Brando.
Lançado em 1967, causou pouco impacto sobre a juventude "contaminada" pelos Beatles e os Rolling Stones.
Freaks (1932) é um filme de horror (e humor) extremamente original dirigido por Tod Browning. Sua trama: Num circo de aberrações, uma trapezista e seu amante planejam matar um anão milionário, mas acabam enfrentando uma legião de aberrações.
Foi demais para a BBFC que manteve o filme vetado por 30 anos devido à "tema de desabilidade macabra".
Roteirizado por Jack Nicholson e dirigido por Roger Corman (com baixo orçamento, claro), The Trip (1968) chamou a atenção do BBFC por abordar temas como drogas e sexo através de uma linguagem experimental. O filme mostra Peter Fonda consumindo uma grande quantidade de drogas alucinógenas de forma extremamente psicodélica, refletindo sua época lisérgica.
The Trip teve sua certificação negada nos Estados Unidos e permaneceu banido da Inglaterra até 2002.
Ultraviolência e Beethoven fizeram de Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971) um clássico. Mas Stanley Kubrick não foi poupado. Extrema controvérsia, casos de violência relacionados ao filme e por fim, ameaças de morte ao diretor, levaram Kubrick a retirar o filme de circulação na Inglaterra, e assim ele permaneceu até a morte do cineasta em 2000. Mas a controvérsia perdura até hoje.
Muitos alegam que a atitude do cineasta foi uma ousada jogada de marketing que deu notoriedade ao filme na história do cinema. Além disso, debate-se a dúvida: Foi Kubrick uma vítima de censura extrema? ou instigador da mesma? ou talvez ele tenha sido apenas um artista que decidiu exercitar seu direito de decidir quem pode assistir ao seu trabalho.
No fim das contas, se a sociedade moderna é tão obssecada por carros e sexo, por quê Crash é tão controverso?
Em seu lançamento, o thriller "B" de baixo orçamento A Ùltima Casa à Esquerda (The Last House On The Left, 1972), chocou o BBFC pela abordagem violenta usada para narrar esta história de vingança envolvendo estupro, sendo imediatamente banido da Inglaterra. Em 2002, uma versão "adequada" foi liberada para exibição nos cinemas e em home video e, em 2008, o filme foi liberado na íntegra para adultos com um sério aviso sugerindo cautela ao espectador devido à sua strong bloody and sexual violence (extrema violência gráfica e sexual).
A polêmica gerada ao longo dos 30 anos de permanência no topo da lista de filmes banidos pelo BBFC, reforçou a notoriedade de A Ùltima Casa à Esquerda no gênero do horror grotesco. Não é para menos. Seu diretor foi o hoje reconhecido mestre do horror, Wes Craven, responsável por sucessos como A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984) e Pânico (Scream, 1996).
O pôster original de 1972, trazia em letras garrafais a seguinte pergunta: Can a movie go too far? (pode um filme ir longe demais?). Três décadas depois, esta pergunta mostrou-se pertinente, gerando um remake em 2009.
Dirigido por William Friedkin, O Exorcista (The Exorcist, 1973) marcou o início do horror moderno no cinema através de perturbadoras imagens subliminares e profânicas protagonizadas por uma menina de 12 anos de idade. A pesar do grande sucesso no mundo todo, o filme permaneceu banido no Reino Unido até 1990.
Após sua liberação, o público britânico mostrou-se dividido. Muitos o consideraram uma obra prima de profunda significância mística, e outros, um espetáculo superficial técnicamente bem realizado. Mas a conclusão final sobre a censura foi unânime: Muito barulho por nada.
O moralismo britânico considerou que O Selvagem (The Wild One, 1954) instigaria sua "inocente" juventude à rebeldia pelo comportamento anárquico de seus personagens liderados pelo astro Marlon Brando.
Lançado em 1967, causou pouco impacto sobre a juventude "contaminada" pelos Beatles e os Rolling Stones.
Visions Of Ecstasy (1989) é um curta-metragem envolvendo sexo e religião que permanece banido até hoje. É o único filme proibido na Inglaterra por blasfêmia.
Posição final da BBFC: Este trabalho foi reprovado.
Em 2008, as leis britânicas sobre blasfêmia foram abolidas e o filme poderia ser liberado. Mas até agora, nada.
Posição final da BBFC: Este trabalho foi reprovado.
Em 2008, as leis britânicas sobre blasfêmia foram abolidas e o filme poderia ser liberado. Mas até agora, nada.
Freaks (1932) é um filme de horror (e humor) extremamente original dirigido por Tod Browning. Sua trama: Num circo de aberrações, uma trapezista e seu amante planejam matar um anão milionário, mas acabam enfrentando uma legião de aberrações.
Foi demais para a BBFC que manteve o filme vetado por 30 anos devido à "tema de desabilidade macabra".
Roteirizado por Jack Nicholson e dirigido por Roger Corman (com baixo orçamento, claro), The Trip (1968) chamou a atenção do BBFC por abordar temas como drogas e sexo através de uma linguagem experimental. O filme mostra Peter Fonda consumindo uma grande quantidade de drogas alucinógenas de forma extremamente psicodélica, refletindo sua época lisérgica.
The Trip teve sua certificação negada nos Estados Unidos e permaneceu banido da Inglaterra até 2002.
Ultraviolência e Beethoven fizeram de Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971) um clássico. Mas Stanley Kubrick não foi poupado. Extrema controvérsia, casos de violência relacionados ao filme e por fim, ameaças de morte ao diretor, levaram Kubrick a retirar o filme de circulação na Inglaterra, e assim ele permaneceu até a morte do cineasta em 2000. Mas a controvérsia perdura até hoje.
Muitos alegam que a atitude do cineasta foi uma ousada jogada de marketing que deu notoriedade ao filme na história do cinema. Além disso, debate-se a dúvida: Foi Kubrick uma vítima de censura extrema? ou instigador da mesma? ou talvez ele tenha sido apenas um artista que decidiu exercitar seu direito de decidir quem pode assistir ao seu trabalho.